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Quando confundimos a posse com o Ser

Na minha percepção, vivemos muito muito mais do Ter do que Ser. E quando vivemos mais do Ter iremos sim duelar, defender com unhas e dentes porque nos identificamos com esse Ter. Mesmo que esse Ter seja doentio, isso porque não tenho confiança em soltar esses Ter para adentrar no territórios do Ser. Isso causa sofrimento!


Quando vivemos do nosso Ser, na minha percepção tudo já nos basta no momento agora. Não vemos imperfeições, não exigimos porque estamos na fonte de tudo o que é e sabemos que o ter por mais que seja importante para apoiar e dar necessidades físicas não traz e não faz preencher as nossas satisfações e buscas.


Sim, muitas vezes eu quis mais ter um relacionamento pelo simples fato de ter para mostrar ou para suprir minhas carências do que realmente algo além disso. Na verdade, quando escrevo isso me vem a reflexão que não sei o que é um relacionamento baseado em algo fundamentado em Ser mas apenas para cumprir certos condicionamentos sociais. Quando comecei a perceber isso e me dar conta de porque estava entrando naquele relacionamento era simplesmente para cumprir funções do ter. Só fui realmente me livrar disso quando eu chegava a perceber o quanto era desconfortante estar com aquela pessoa porque não estava sendo Eu e ai comecei a perceber essa diferença. Mas para isso precisei de autoconhecer para cada dia mais acionar esse Ser e não me sentir sozinha quando te fato ficava sozinha. Que quanto mais eu Sou Eu mais eu tenho a mim no sentido de conexão comigo e não por medo ou traumas para evitar relacionamentos mas que quando eu me distancio de Ser Eu automaticamente fui para o modo ter relação para tentar de forma frustante preencher o que somente o Ser pode nos dar.





É desafiador compreendemos isso, acharmos estranho não estarmos com alguém, ou casarmos porque isso são memórias...e quando não honramos essas memórias parece que estamos não incluídos de alguma forma. Porque é um padrão se casar...sim o casamento quando é alquímico é maravilhoso mas vamos falar a realidade quantos casamentos as pessoas se aturam porque uma das partes depende financeiramente da outra, ou quando alguma parte dá algum tipo beneficio mas ficam criticando e falando mal da pessoa que divide o teto nas costas. Imagina o tempo gasto nisso? É um tanto falso esse tipo de situação.


Mas como disse é mais para preencher um Ter do Ser. A troca com as pessoas é muito gratificante mas quando surge de forma fluídica e espontânea sem forçar a barra ou sem controles e possessividades.


Uma coisa que não podemos confundir é a liberdade no sentido de sermos responsáveis de nossas ações e outra é na questão de liberdade de não sermos o nutridor do outro. Esse papel apenas nos cabe quando somos pais de uma criança pois é um dever os pais acolher esse novo Ser e dar um ambiente favorável para seu desenvolvimento. Mas quando existem relações que sufocam que parece que quando você não liga, não atende ou não está lá a pessoa cobra isso. Isso está distorcido pois você já cresceu e pode não ter tido isso na infância mas agora como adulto deve aprender a gerar e a cultivar sua própria energia.


E sim quanto mais você está aterrado em você mais você terá coragem de dirigir sua própria vida e isso pode espantar as outras pessoas pois elas muitas vezes não querem perceber essas questões internas delas.


Esteja seguro em você, em seus valores e caminhe sem precisar dar justificativa de suas ações ou questões internas pois poucos possuem a capacidade empática de compreender o porque de determinada ações.


Entenda você tem uma vida... e somente você irá viver ela. Não passe a perna em ninguém, não tenha pressa para estruturar seus sonhos e não compare com ninguém....isso irá trazer paz e bem estar a você.


Grata,

Marcela Passaro




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